e se desculpa em seguida.
Me sobram pés e mãos e atravesso a vida
sem bolsos e descalça.
Sem me desviar das situações.
Eu sou aquela que se lambuza no caramelo
e tropeça na saia do vestido curto.
Quando gritam na rua: - Olha ela!
Sou eu que me viro.
Sempre troquei as bolas, sempre ri fora de hora.
Como a vida sem saborear, passo a mão sem
explorar o tato, amo sem gorjeio.
Me exponho na esperança de secar o poço.
Ser tão normal quanto a minha vizinha,
que engole seus sapos, com dignidade."
Joana Fomm
(imagem alheia)
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