Sinto-me com saudades de voltar a ser criança.

12 de abr. de 2011

No sótão do pensamento
guardo um velho baú
enfeitado com tachinhas de latão.

Quantas vezes o procuro
para me poder encontrar
e acalmar o coração!

Dentro dele numa completa desordem misturam-se pedaços
duma vida:


Réstias de sol, tranças de luar,
balões coloridos, fitas acetinadas,
palavras ditas, outras por dizer,
conchas e búzios apanhados
numa tarde à beira-mar...

Numa completa desordem misturam-se pedaços duma vida:

Flores secas, choros mansos,
lápis de cor, botões de madrepérola,
silêncios, vozes a sussurrar,
chilreios de pardais que pousavam na
varanda,
passos e gargalhadas infantis,
caixinhas de porcelana
com poeiras bordadas a matiz...


No sótão do pensamento
no interior do velho baú
sons e aromas doces dão a mão.

As tachinhas amarelas
mais brilhantes e luzentes
parecem que cantam alto
tornando mais cheio e forte
o bater do coração!



Quantas vezes o procuro...

Abri o baú
no fundo do sótão
do pensamento
e ao fazê-lo
abro meu coração!

Crepitam chamas
nos meus olhos
inflamam-se as recordações
e da minha boneca de trapos
só restam farrapos.

Reprimo uma lágrima
teimosa
ao virar as páginas
de um velho
diário cor-de-rosa.

É muito de mim nesta flor
 jasmim já seca
é toda uma outra época.
Mas não deixo de ser eu
no fundo do velho baú
onde há breu
existe luz!




Será por isso que
ainda hoje teimo
mesmo em melancólica viagem
reter no peito,
ou voltar do meu jeito
a esta doce passagem?



(Autoria Desconhecida até o presente momento)
Recebido po e-mail em formatao de PPS, sem créditos, caso alguém saiba o autor do texto é só me informar.

 (Imagens retiradas da internet)




1 Palavra(s) amiga(s):

  1. Muitas vezes abrir o baú transforma em vida certas memórias...

    Beijo :)

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