Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
(imagem: Kiyo Murakami)
Eu
1 de dez. de 2010
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Florbela Espanca foi uma poetisa fora do comum, até porque viveu numa sociedade (rural alentejana) e numa época muito espartilhadas. perceber isso ajuda a entender a sua enorme força poética...
ResponderExcluirbeijo :)
Oi Amigo.
ResponderExcluirSim ela tem uma força poética incrível, um amigo alentejano gosta muito da poesia de Florbela, eu começei a ler e gostei também.
Bjus